Faria muito sucesso em qualquer passarela de moda
internacional... Possui savoir-faire, eu falo da Dra. Vivian Garcia Selig, Sabe
entrar e sair em qualquer ambiente deixando elogios.
Foto: O Município.
Sua paixão é ler livros diariamente, e seu hobby é cavalgar com os
filhos nos finais de semana, ao lado do seu amor o Dr Cristiano de Souza Selig,
gaúchos que vieram morar na carismática cidade de Tubarão
.A delegada Dra. Vivian Garcia Selig, responsável pela
Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Tubarão, com o maridão o
professor de Direitos Difusos e Coletivos e de Direito Constitucional na Unisul
e ocupa o cargo de Analista Processual do Ministério Publico Federal - MPF,
desde 2007 com os filhos Benício e a irmãzinha Maria Clara festejando seu
primeiro ano de vida.
Em 2012 ela concedeu esta entrevista ao Notisul com
exclusividade a editora chefe Mirna Graciela.
Relembre parte dela...
"As mulheres vão dominar o mundo"
"Com certeza, a população tem um poder muito grande nas
mãos, às vezes muito mais informação do que a polícia. Gostaria de fazer um
apelo à população, para que denuncie. Quando houver um crime em sua cidade, há
muitos boatos naquela região. A população fala em suspeitos, quem foi, todo
mundo sabe, mas a polícia não está ciente disso, porque ninguém formaliza.
Lógico, a polícia investiga, mas seria muito mais fácil se a população passasse
isso. O caso seria resolvido com muito mais rapidez. Hoje a denúncia 181 é
anônima, ninguém é identificado, é só passar as informações. Ponto de tráfico,
prostituição, tudo isso é válido para nós. Muitas vezes, a pessoa denuncia e
acha que não está sendo feito nada, que ninguém vai ao local. Calma, a gente
tem que reunir provas para ter uma ação mais efetiva, porque temos trâmites
legais, não é simplesmente meter o pé na porta. Existe uma série de
procedimentos".
"A mulher precisa se posicionar frente a esse homem,
porque mulher não é formiga para aceitar migalhas. Se ela tem uma autoestima boa
e se respeita, não vai aceitar ser agredida.”
“As mulheres hoje estão ingressando no mercado de trabalho,
estão ficando independentes, então a partir daí acredito que também vai haver
uma melhora.”
Sem papas na língua, a delegada Vivian Garcia Selig, há dez
anos na função, é uma pessoa de personalidade forte, determinada, com um
incrível espírito de liderança, que ama o seu trabalho. Não teme nada, tampouco
se arrepende do que faz.
"Comecei em Joinville,
onde tem um dos maiores níveis de violência do estado. Quando aqui cheguei, já
dominava tudo, trabalhei em vários setores. Não enfrentei nenhum tipo de
preconceito".
Garcia Selig é gaúcha, formou-se em direito pela
Universidade Luterana do Brasil, no Rio Grande do Sul. Aprovada na OAB,
inscreveu-se como advogada e, após poucos meses, foi aprovada no concurso para
delegada de polícia e, desta forma, suspendeu a inscrição. Cursou
especialização em ciências criminais e formalizou a sua monografia sobre
violência doméstica e familiar contra a mulher. Trabalhou na
delegacia de Joinville, de Jaguaruna e agora está ha seis anos em Tubarão.
Notisul - O que é necessário para ser um bom delegado?
Vivian - Primeiro, saber liderar e impor autoridade sem ser
arbitrária e respeitar o outro. Essa é minha política, por isto nunca me
incomodei. Tem que ser uma pessoa justa, ter critérios, objetivos de decisão,
primar-se dentro da legalidade e da justiça. Também ser sensata, pois é o
delegado que primeiro analisa qualquer prisão, se vai prender em flagrante ou não.
Ouvir as pessoas com clareza, não deixar se levar por questões não legais. Se
agires sempre assim, nunca serás questionado e ninguém vai poder te repreender,
por isso que falo dos critérios e objetivos. Se toda a decisão tomada se pautar
nisto, ninguém vai poder questionar.
Notisul - Mas teve algum caso marcante que te sensibilizou?
Vivian - Sim. O de um abuso sexual de uma menina de 4 anos,
em Joinville. Abuso confirmado mesmo, com conjunção carnal, em que ela teve que
ser afastada da mãe, que era conivente com o agressor, o padrasto. A criança
foi instalada em uma casa de abrigo e foi várias vezes na delegacia. Sua
tristeza era muito grande por estar longe da mãe, ela pedia o seu retorno. Uma
criança não tem discernimento do que é certo e errado, do que ela está sendo
vítima. A sua tristeza, aquele olhar carente, triste, de estar fora do lar,
embora fosse um lar desestruturado, mas ela tinha uma mãe. Aquilo foi o pior
caso que enfrentei até hoje.
Notisul - Como
analisas a criminalidade hoje em Tubarão?
Vivian - Analiso pela disseminação do crack, infelizmente.
Os furtos e roubos cometidos são para financiar o tráfico, que de uma forma ou
de outra teve uma apreensão e ficou descapitalizado. Alguns são cometidos pelos
usuários, em desespero pela droga, cometem qualquer tipo de crime para
sustentar o seu vício. Aí, vêm as rixas entre as gangues rivais existentes, e
desencadeia os homicídios. Outra vertente
da criminalidade é a violência doméstica, o abuso sexual que sempre vai
existir. Se hoje se noticia mais é por conta da rapidez da informação, pois
sempre existiu. O abuso sexual, de pai para filho, já é de tempos antigos.
Talvez até tivesse mais naquela época, por conta da repressão. As mulheres, por
exemplo, eram estupradas por seus maridos, mas ficava abafado. Hoje não, elas
estão encorajadas a registrar. Qualquer ameaça, injúria vai para a estatística.
Muitas vezes, elas registram e não dão continuidade, aí é uma problemática bem
maior.
Notisul - Mas isto mudou?
Vivian - Sim. Uma
decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) à lesão corporal. Não pode
mais desistir, se comprovada realmente a lesão corporal. Então, talvez por esta
instrução das mulheres se volte a uma cifra negra se ela for bem instruída e
souber que não poderá mais voltar atrás. Comprovada violência doméstica, seja de marido, companheiro, quem for, não
tem mais como desistir.
Notisul - Como é ser uma delegada, mulher e agora mãe?
Vivian - Fácil não é, porque a pressão para a mulher moderna
é muito grande. Ela tem que ser uma boa profissional para se firmar e conseguir
mostrar aos homens que consegue. Ela tem que ser uma ótima mulher, tem que se
apresentar bem, ser uma boa mãe, cuidar dos filhos, da casa, então, a pressão é
muito grande. Hoje, nós, mulheres, estamos sentindo os reflexos na nossa saúde,
só que somos tão poderosas que estamos fazendo a coisa certa. Vamos no
exercitar, comer bem, relaxar, se for o caso fazer uma terapia, e assim por
diante. Mas voltar atrás e retroceder jamais. Conquistamos nossos direitos e
estamos aí.
Notisul - A parceria
das polícias civil e militar seria interessante?
Vivian - Na conjuntura atual, a unificação das Polícias
Civil e Militar não daria certo, por conta da formação. Nós somos civis,
diferentes da Polícia Militar, que está dentro do exército. Hoje sou contra.
Talvez para o futuro seja possível, como existe em outros países, mas a divisão
de atribuição sempre vai existir. É impossível a pessoa que previna o crime
também investigá-lo, pois não haverá imparcialidade. Também sou contra a
investigação do Ministério Público.
Notisul - Por quê?
Vivian - Acho que o Ministério Público tem uma função
constitucional bastante ampla, não seria o caso de eles interferirem nesta
atribuição, que é das Polícias Civil e Federal. Acho que o ministério perde a
imparcialidade, cabe a ele fiscalizar
uma investigação, e não comandá-la. Isso é com as Polícias Civil e Federal. A
mesma coisa o juiz. Ele não pode denunciar, não pode investigar, tem que estar
imparcial, distante destes fatos, justamente para fazer um julgamento justo.
Notisul - Senti que você não teme quase nada. Nada mesmo?
Vivian - Acho que tenho medo doença. Na minha família, não
em mim. Fico preocupada de um parente ter alguma doença grave e eu ter que
enfrentar este problema. Agora, de bandido, não tenho medo. Nem um pouquinho,
se precisar enfrentar, enfrento, é a minha profissão, não perco uma noite de
sono.
Notisul - Já sofreste
ameaça?
Vivian – Ameaça grave não. Vem ameaça aos meus policiais, a
suas famílias. Isto reflete em mim. Tivemos uma em Jaguaruna. Não me causa
medo, se tiver que me defender, vou me defender. Por isso ando armada. O que os
bandidos mais querem é ameaçar e incriminar policiais inventam histórias,
tentam desvirtuar uma investigação. Dentro da legalidade, faço tudo que deve
ser feito, para que eles não possam alegar nada. Nos meus procedimentos, não
vão achar uma brecha para alegar alguma ilegalidade. Fico tranquila.
Vivian por Vivian
Deus - Poder supremo, ente superior que nos dá a vida e nos
tira no momento certo, acredito muito em seu poder, nada é por acaso.
Família - Essencial, é a base para tudo, é onde tudo começa.
A formação do caráter de uma pessoa é por conta da educação familiar.
Trabalho - Realização pessoal, minha mesmo, é uma coisa
egoísta porque, se eu fosse pensar na família, em tudo, talvez mudaria de
profissão, eu me sinto gratificada com o que faço. Me estresso, me canso,
trabalho demais, não tenho tempo para nada, mas é o que gosto.
Passado - Aprendizado... e não me arrependo de nada que
faço.
Presente - Momento de ser feliz, é o instante que tenho para
isto, depois será passado e só vou ter aprendido. Porque me lamentar nunca, o
que fiz tá feito prefiro fazer a deixar de fazer.
Futuro - Hoje só penso nos meus filhos. Na palavra futuro,
só vem eles na minha cabeça. Hoje seria isso, talvez mude mais para frente.
Uma família que vive em paz, em harmonia uma mãe e um paizão
que é preocupado com o bem estar deles, programa passeios, cavalgadas, brincam e
se divertem e durante a semana durante o dia ou da noite tem seus compromissos
de trabalho. Hoje você conheceu um pouco da vida da predestinada e benemérita
delegada Dra Vivian Garcia Selig. Ela é querida, mas ande na linha com a
delegada. Como diz a gíria o "papo é reto".
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