O foco da pesquisa é voltado ao estudo da neurobiologia
do transtorno bipolar e ao teste de substâncias com ação sobre os dois polos de
humor do transtorno (Foto: Leonardo Ferreira)
O transtorno bipolar está entre as condições médicas mais
incapacitantes e tem sido visto como um problema de saúde pública em todo o
mundo. Tendo em vista a necessidade de pesquisas para o teste novas
alternativas para o tratamento dessa condição médica, o Grupo de Pesquisa de
Transtorno Bipolar, do Laboratório de Psiquiatria Translacional do PPGCS
(Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde) da Unesc, desenvolveu um
modelo animal de transtorno bipolar, sobre o qual já teve artigo publicado em
periódico internacional do grupo Nature, o Translational Psychiatry.
Conforme a coordenadora do Grupo, Samira Valvassori, o
foco da pesquisa se trata do primeiro modelo animal descrito na literatura em
que um mesmo animal apresenta tanto comportamento do tipo maníaco quanto do
tipo depressivo. “Portanto, a partir de agora a comunidade científica pode
testar substâncias terapêuticas que tenham ação sobre os episódios de humor que
são opostos, a mania e a depressão, que são característicos do transtorno
bipolar”, explica.
De acordo com Samira, apesar da importância desse
transtorno, atualmente existe apenas um estabilizador do humor específico para
o seu tratamento, o lítio. Os outros fármacos que são utilizados foram
desenvolvidos primeiramente para outra condição médica, como por exemplo, os
anticonvulsivantes, os antipsicóticos e os antidepressivos. Ainda que existam
opções para o tratamento da bipolaridade, a grande maioria dos pacientes não
tolera ou responde adequadamente a esses fármacos e muitas vezes apresentam
recaídas, mesmo em uso da medicação adequada”, comenta a pesquisadora.
Além da professora Samira Valvassori, o grupo responsável
pela pesquisa é formado ainda pelos pesquisadores João Quevedo, Gustavo Dal
Pont, Wilson Resente, Roger Varela, Jéssica Lopes Borges e José Henrique
Cararo.
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