Protagonistas nas lutas históricas por mais direitos, como a
aposentadoria e licença-maternidade para as trabalhadoras do meio rural, as
mulheres camponesas estão levantando bandeiras importantes na construção de um
país soberano, justo e igualitário. Visando planejar os rumos de atuação e
construir ações para enfrentar os desafios nos próximos anos, o Movimento de
Mulheres Camponesas de Santa Catarina (MMC) realizará nos dias 21 e 22 de
outubro, no pavilhão da EFACIP em Pinhalzinho, a XIII Assembleia Estadual do
MMC-SC.
Camponesas e lideranças de todo o estado são aguardadas para
debater o tema “Feminismo camponês” e o lema “Mulheres e agroecologia no campo
e na cidade”. Representando a coordenação estadual do MMC, Noeli Taborda
explica que o encontro é fundamental para juntas construírem estratégias de enfrentamento
à retirada de direitos e também de defesa da vida e da natureza.
“O Feminismo camponês é para nós um projeto de sociedade que
além de tratar a mulher com igualdade, respeitando suas formas de viver e
combatendo todos os tipos de violência, também se preocupa com a construção de
um projeto de agricultura agroecológica que cuida e preserva o ambiente,
enfrentando o sistema capitalista hoje representado no campo pelo agronegócio.
Para nós é um caminho de transformação de uma sociedade capitalista e
patriarcal para uma sociedade humana, justa, igualitária e solidária entre
todos os seres vivos”, afirma.
Há 34 anos, o MMC de Santa Catarina une trabalhadoras do
campo em busca de qualificação, geração de renda e emancipação. “É uma escola
onde nós mulheres agricultoras aprendemos a sair da sombra do homem, das
autoridades, dos poderosos, a sair do anonimato e nos encontrar enquanto ser
mulher”, destaca a camponesa e pedagoga Justina Cima, também da coordenação do
Movimento.
De acordo com a dirigente, a atuação no Movimento desafia as
mulheres do campo a se construírem como lideranças e a defender grandes causas.
Entre eles a luta contra a retirada de direitos, como o pacote de maldades que
afetam diretamente as mulheres do campo. “A reforma da previdência será um
grande golpe às trabalhadoras camponesas, que terão que trabalhar ainda mais
sem garantia de aposentadoria; assim como o PEC do teto dos gastos reduzirá
investimentos na educação e na saúde, atingindo em cheio as nossas famílias”,
enfatiza.
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