No último artigo antes de deixar o cargo como presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama defendeu o “momento irreversível da energia
limpa”. Ele, que elegeu combate às mudanças climáticas como uma bandeira, citou
alguns dos pontos fortes na geração de energia proveniente de fontes naturais,
como a diminuição da emissão de gás carbônico e o crescimento da economia a
partir das novas oportunidades em torno da energia limpa.
A postura sustentável é uma tendência mundial. Em 2016, os
países em desenvolvimento tomaram a liderança na adoção de fontes limpas, com
18% a mais na capacidade de geração de energia renovável que os países mais
ricos. O grande destaque é a China, que está passando de vilã da poluição
mundial a líder global em energias renováveis. De acordo com o relatório do
Institute for Energy Economics and Financial Analysis (IEEFA), o gigante
asiático investiu US$ 32 bilhões em fontes limpas no ano passado, 60% a mais
que em 2015.
O Brasil também tem apresentado iniciativas positivas. A
conversão da Medida Provisória n° 735 na Lei nº 13.360/2016 trouxe a
possibilidade de prorrogação da concessão de Pequenas Centrais Hidrelétricas
(PCHs) por até 30 anos e o enquadramento como Centrais Geradoras Hidrelétricas
(CGHs) para potenciais de até 5MW, simplificando o processo.
As fontes hídricas de geração de energia têm como vantagem a
transformação limpa do recurso natural, sem gerar poluição direta. Os projetos
de aproveitamento para fins de geração contemplam a proteção das matas
ciliares, com resgate da fauna e repovoação dos peixes. Além disso, as PCHs
possibilitam reservatórios utilizados para irrigação, consumo humano em
períodos de estiagens e navegação turística. Em épocas de cheias, também
colaboram para amenizar o impacto das inundações.
Em Santa Catarina o maior potencial de geração elétrica
competitiva é a partir de fontes hídricas. Hoje, a geração de energia de PCHs e
CGHs vive seu melhor momento no Estado, pois conta com o trabalho forte e
atuante da Associação de Produtores de Energia do Estado de Santa Catarina
(Apesc), além do apoio do Governo do Estado, que criou o SC+Energia para
impulsionar o desenvolvimento da geração elétrica a partir de fontes
renováveis.
Estamos fortalecendo este segmento, que conta hoje com mais
de 200 mil empregos diretos, movimentando a economia de forma sustentável.
Queremos que o setor continue progredindo e, tenho certeza que com a união de
esforços entre a Apesc e o setor público, teremos resultados ainda mais
positivos.
Gerson Pedro Berti
Coordenador do SC+Energia e Presidente da APESC
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