Até o metabolismo pode ter a ver com o distúrbio.
“Indivíduos com ritmo intestinal vagaroso e constipação tendem a permanecer
mais tempo com restos alimentares no interior do órgão. Consequentemente, há
maior exposição às bactérias e fermentação”, diz o gastroenterologista.
Indagado se existem alimentos que combatem os gases, Flores da Cunha diz que o
ideal é manter uma dieta balanceada, sem exagero de carboidratos e leguminosas,
e com muitos itens ricos em fibras. “Os iogurtes, por causa dos probióticos, chás
como os de erva-doce e cidreira, e itens enzimáticos, como mamão papaia e
abacaxi, podem ajudar”, completa Liliane Oppermann.
Fernanda Pisciolaro, membro do departamento de psiquiatria e
transtornos alimentares da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e
da Síndrome Metabólica (Abeso), cita os alimentos que estão associados à menor
produção gasosa – e, portanto, podem entrar no menu de quem quer manter os
gases sob controle: leite de soja, suco de soja e iogurte; café descafeinado;
torradas, biscoitos salgados com pouca gordura, biscoito de polvilho; pães
integral, sírio, sueco e francês sem miolo; queijos magros (minas, ricota,
cottage, mussarela); sopas caseiras à base de carnes e legumes; carnes magras,
cozidas, assadas ou grelhadas; verduras cozidas (agrião, almeirão, chicória,
escarola, espinafre); legumes cozidos (abóbora, abobrinha, batata, berinjela,
cará, cenoura, chuchu, cogumelo, inhame, mandioquinha e tomate sem pele e sem
semente); frutas cruas ou cozidas (banana-maçã, laranja-lima, maçã, mamão,
pêra, pêssego, nectarina); gelatina; e temperos como azeite, limão, salsa, sal,
vinagre e óleo vegetal.
ALIMENTOS QUE PRODUZEM MENOS GASES
Leite de soja, suco de soja e iogurte
Café descafeinado
Torradas, biscoitos salgados com pouca gordura, biscoito de
polvilho
Pães: integral, sírio, sueco e francês sem miolo
Queijos magros (minas, ricota, cottage, mussarela)
Sopas caseiras à base de carnes e legumes
Carnes magras, cozidas, assadas ou grelhadas
Verduras cozidas (agrião, almeirão, chicória, escarola,
espinafre)
Legumes cozidos (abóbora, abobrinha, batata, berinjela,
cará, cenoura, chuchu, cogumelo, inhame, mandioquinha e tomate sem pele e sem
semente)
Frutas cruas ou cozidas (banana-maçã, laranja-lima, maçã,
mamão, pera, pêssego, nectarina)
Gelatina
Temperos como azeite, limão, salsa, sal, vinagre e óleo
vegetal
ALIMENTOS QUE DEVEM SER EVITADOS
Veja a lista feita pela nutricionista da Abeso, Fernanda
Pisciolaro:
Leite e creme de leite
Café, chá preto, chá verde e chá mate
Pães com miolo, pães muito fermentados (como panetone,
caseiros e croissants), bolachas e biscoitos doces recheados, biscoitos
amanteigados
Verduras e legumes fermentativos: acelga, alho cru,
batata-doce, beterraba, brócolis, cebola, couve-flor, couve-manteiga, pepino,
pimentão, rabanete e repolho
Frutas fermentativas: ameixa, banana nanica ou ouro, caju,
caqui, goiaba com semente, jabuticaba, jaca, melancia, melão, morango e uva
Tortas e massas com muito fermento ou gordurosas
Feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico, milho e soja
Carnes gordas: acém, carneiro, costela, músculo, porco e
vitela
Frios e embutidos: bacon, linguiça, mortadela, presunto,
salame e salsicha
Bebidas alcoólicas e gasosas, como água com gás, cerveja e
refrigerantes
Açúcar, doces e bolos
Chicletes
Chocolates e achocolatados
Condimentos: catchup, molho shoyo, molho inglês, mostarda,
picles, pimenta-do-reino e pimenta-vermelha
Sopas industrializadas, temperos prontos em pó, caldo de
carne industrializado
Frituras, itens à milanesa, banha e gorduras em geral
Alimento determina odor
A pergunta que não quer calar: e o que dizer do cheirinho
nada agradável desses indesejados gases? A diferença no "aroma", que
pode variar de alguns praticamente inodoros a outros super malcheirosos, se
deve basicamente ao tipo de alimento ingerido. “Os mais fortes são oriundos da
ingestão de itens que contêm enxofre, como algumas comidas em conserva, ovos e
rabanete. Mas, é bom destacar, cada caso é um caso, e há variação de resultados
de acordo com o indivíduo”, diz Flores da Cunha. “Vegetais como repolho, nabo e
couves também costumam liberar enxofre, assim como os grãos apresentam muitos
compostos sulfurosos”, completa Oppermann.
Importante: quando a ocorrência exagerada causa sintomas
persistentes – como dor abdominal – ou coloca o sujeito em situação embaraçosa
frequentemente, é bom consultar um especialista: clínico geral,
gastroenterologista, nutrólogo ou nutricionista. Conforme informa José Antonio
Flores da Cunha, existem medicações para diminuir a distensão provocada pelos
gases, meios de mudar a flora intestinal – com pré e probióticos, por exemplo –
e, principalmente, tratamento por meio da reeducação alimentar.
Ele faz uma lista dos itens que mais levam a culpa:
leguminosas, como feijão, lentilha e ervilha, porque são ricas em carboidratos;
itens que contêm sorbitol, como adoçantes e enlatados, e frutose; bebidas
gasosas, alcoólicas ou não; e, claro, leite e derivados em quem tem
intolerância à lactose. “Deve-se, evitar, sempre, um cardápio rico em
carboidratos. E ficar atento a hábitos que pioram o quadro, como comer
rapidamente e mastigar pouco; ingerir poucas fibras, porque pode levar à prisão
de ventre; e falar muito durante as refeições, engolindo ar.” Liliane Oppermann
ainda acrescenta as frituras e itens com açúcar ou que levam muito fermento na
fórmula.
Saúde
- Acredita-se que produzimos cerca de três litros de gases ao dia e que de 15 a 20 eliminações de flatos são realizadas por todos, diariamente; porém, em alguns indivíduos esta quantidade é ainda maior
- O tema é delicado – pois provoca vergonha e acomete muitas pessoas em diferentes ocasiões. Estamos falando dos gases intestinais, originários do ar que engolimos (aerofagia) ou da fermentação de restos alimentares, no intestino, pelas bactérias que normalmente o habitam.
“O problema aparece, na maioria das vezes, por causa dos carboidratos não digeridos, que acabam fermentados pelas bactérias”, explica o médico gastroenterologista José Antonio Flores da Cunha, da Clínica São Vicente (Gastro Gávea), no Rio de Janeiro.
Conheça algumas dicas para manter os gases à distância12
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Caso haja desconfiança de um problema maior por trás do
quadro, procure um especialista para investigação profunda. "É possível
que haja intolerância à lactose e ao glúten, ou alguma outra razão, o que
exigirá medidas médicas", sustenta o gastroenterologista Flores da Cunha,
enfatizando que em hipótese alguma a pessoa deve se automedicar
Ele ressalta que a presença de gases no intestino, assim
como sua eliminação por meio de ‘flatos’, é considerada normal – embora fonte
de tanto desconforto e embaraço. “Algumas pessoas apresentam uma quantidade
maior do problema, que pode causar dor e distensão no abdômen, além de
situações de constrangimento. Em geral, são as que priorizam uma alimentação
rica em itens sujeitos a maior fermentação”, salienta o gastroenterologista. Na
verdade, todos nós produzimos gases quando engolimos ar ou durante a digestão.
“Acredita-se que cerca de 3 litros são produzidos ao dia e
que de 15 a 20 eliminações de flatos são realizadas por todos, diariamente.
Porém, em alguns indivíduos esta quantidade é ainda maior, o que pode ter a ver
com a dieta, como já foi dito, ou predisposição genética ou adquirida, como no
caso de intolerância à lactose do leite e ao glúten.” Quando isso acontece, ao
ingerir leite e derivados e itens com glúten, a digestão não se dá de forma
satisfatória, causando gases e até diarreia.
Algumas medicações, como antibióticos que alteram a flora
intestinal ou remédios para diabetes, ou mesmo o estresse favorecem o
surgimento do problema, conforme diz Liliane Oppermann, médica nutróloga e
ortomolecular, professora da pós-graduação de Medicina Ortomolecular na
Fundação de Apoio à Pesquisa e Estudo na Área da Saúde (Fapes).
“Muitos alimentos não são processados adequadamente pela
mastigação ineficiente, forma e velocidade com que se come, falta de enzimas
digestivas, alterações no pH local e estado emocional, levando a uma
fermentação exacerbada.” E tem mais: a falta de atividade física influencia
negativamente. “O sedentarismo prejudica o trânsito intestinal, assim como o
hábito de ficar muito tempo sentado”, observa o gastroenterologista Rogério
Toledo Júnior.
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