Os vovós e vovôs não estão deixando de comprar e reivindicar seus direitos com determinação. Cada mais ativos e “ligados”, eles procuram o Procon de Laguna para reclamar. Vai desde um aumento indevido, juros exorbitantes, eletrodoméstico que não funciona, troca de planos de telefonia, alteração do pacote de TV por assinatura, na maioria das vezes, apresentados aos idosos sem a sua aceitação qualificada. Como as informações são precárias, os idosos são explorados com negociações de compra malfeitas.
Neste sábado é lembrado o Dia do Consumidor, e segundo Lúcia Maciel, do Procon de Laguna, os idosos merecem uma atenção especial. “Eles aumentaram o poder de compra. Ficaram entusiasmados e compraram muito. Não estão sabendo lidar com a situação, nem eles e os comerciantes”, explica.
Comum idosos reclamarem do atendimento, onde embudem garantia estendida e parcelas maiores que estão no contrato. “A terceira idade virou uma oportunidade de faturar para muitos vendedores” , disse ela. O Código do Consumidor e Estatuto do Idoso protegem o cidadão acima de 60 anos, porém, muitos não estão obedecendo as leis.
Empréstimos consignados para parentes no nome do idoso não é raro aparecer. “Tivemos um caso de uma senhora que aos 70 anos, já extrapolou o limite do valor da sua aposentadoria, onde fez um empréstimo para o filho”, lembra.
Em Laguna são 10.500 mil pessoas acima de 60 anos, conforme o último Censo do IBGE. Na faixa etária de 60 a 64 anos, são 1.245 homens e 1.356 mulheres.
Mesma pesquisa descreve sendo maior parte da renda recebida pelos idosos no âmbito nacional, em torno de 49%, é originária de ganhos da Previdência. Em seguida, 39% dos rendimentos, são provenientes de trabalho. Receitas advindas de aluguéis representam 7% da renda anual declarada.
A expectativa de vida aumentou e a terceira idade é uma parcela da população que cresce.
“Sou velho, mas não sou bobo”
Seu Manoel Francisco, 78 anos, gosta de caprichar no rancho, as compras do mês para casa. Tem a técnica de adquirir os produtos num supermercado e outros numa segunda opção. “Faço a lista, olho as promoções e vou comprando. Sou velho, mas não sou bobo”. Compra somente com dinheiro, sem cheque e cartão de crédito. Já procurou o Procon para reclamar da demora de entrega de móveis.
Maria Albertina Rafael Albino, 59 anos, confessa sua adoração por compras. Tem fascínio por roupa de cama, lã e linhas. Cada época do ano é uma fase de consumo. Nos meses de janeiro, fevereiro e março fica com o orçamento apertado com as prestações das compras de natal. Depois de abril, a situação melhora. A filha mais velha ajuda a mãe controlar as finanças e economizar. “Ela já disse para não usar cartão de crédito. Também anota o dia e as contas que tenho que pagar”, afirmou. “Me controlo, mas não é fácil. Sempre encontro uma roupa bonita, uma sandália linda”, conta aos risos.
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