terça-feira, 10 de março de 2015

Espetáculo "Vestígios", que a Ritmo Cia. de Dança estreia neste dia 15 (domingo), às 20h, no Teatro Ademir Rosa (CIC), em Florianópolis.

A montagem tem patrocínio do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet, e é uma homenagem à obra do escritor, escultor, desenhista, pesquisador, foclorista e professor Franklin Cascaes (1908-1983), cujos contos inspiraram o enredo. A apresentação ocorre exatamente no dia em que se completam os 32 anos da morte do artista.

                                                      Ritmo Cia. de Dança. Crédito: Hmarin. 


RITMO CIA. DE DANÇA ESTREIA “VESTÍGIOS”

Espetáculo em homenagem ao folclorista Franklin Cascaes
terá apresentação única dia 15 de março no Teatro Ademir Rosa

    A Ritmo Cia. de Dança estreia dia 15 de março, às 20h, no Teatro Ademir Rosa, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, o espetáculo “Vestígios”. Inspirado nos contos de Franklin Cascaes – o maior pesquisador e difusor das tradições, lendas, usos e costumes da Ilha de Santa Catarina –, o trabalho apresenta um enredo instigante que se desenrola em uma vila de pescadores invadida por bruxas. A exibição única será exatamente no dia em que se completam os 32 anos da morte do folclorista.
    São 13 bailarinos em cena conduzindo a trama por meio de coreografias de dança de salão, jazz, contemporâneo e balé. Para imergir totalmente a plateia nesta atmosfera, que passa de bucólica a tenebrosa, momentos de interatividade e efeitos especiais aguçarão a percepção dos espectadores com estímulos sensoriais sonoros, visuais e olfativos. A duração é de 75 minutos, em dois atos com intervalo, e recomendação etária livre. “É um espetáculo de dança técnico para agradar a todos”, define a diretora Bi Almeida.
    Os ingressos custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) para estudantes, idosos, sócios da Associação Catarinense de Dança de Salão (Acads) e quem comprar antecipado na academia Ritmo Fitness.Dança e levar um quilo de alimento não perecível no dia da sessão. As poltronas não são numeradas.


Embruxamento
    Em uma pequena comunidade à beira-mar, um pescador relembra as lendas do lugar onde vive. Seus companheiros chegam e começam os preparativos para embarcar ainda de madrugada em busca de uma rede farta de tainhas. Dois deles retornam da jornada exaustiva e encontram suas mulheres, lavadeiras de uma vila simples onde a cumplicidade das famílias de origem açoriana se mantém desde a chegada das primeiras grandes levas de povoadores, em 1748.
    É dia de festa. Os habitantes celebram a cultura brasileira, com referências ao samba, à capoeira, a personagens do Boi-de-Mamão, danças e folguedos do folclore nacional. Surgem então os vestígios perturbadores da presença de alguém que já estava entre eles de forma imperceptível.
    Os habitantes se embrenham no escuro da floresta à procura das criaturas desconhecidas, mas nada encontram. Eis que na vila aparecem mulheres estranhamente mais modernas, alterando a rotina de todos e gerando momentos de tensão. Despertam ciúmes, criam intrigas e quando se revelam o lugar já está a um passo da possessão.
    Em meio ao ataque das bruxas um pescador se encanta por uma delas, dando início a um malfadado romance que condicionará a salvação do povoado. Caberá ao jovem o desfecho do embate: viver a paixão proibida em um ambiente dominado por feiticeiras ou eliminar seu amor para trazer a paz de volta à vila.


Reminiscências
    O interesse de Bi Almeida pelo mundo extraordinário de Cascaes (1908-1983) vem desde os sete anos de idade, quando teve seu primeiro contato com a obra do artista nas aulas de teatro do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Tenho nítido na memória a bruxa com cabelos longos, esquelética, montada em cavalo, ou em barco, fazendo mesuras pela noite da Ilha. Contava os dias para ter aula de teatro e continuar escutando as histórias de bruxas de Franklin e da minha terra”, relembra.
    Em 2006, formou-se em educação física pela mesma universidade, mas bem antes, desde 1998, deixara as competições esportivas que costumava participar para se dedicar inteiramente à prática e ao ensino da dança de salão. Paralelamente, em 2010, abriu e passou a administrar sua academia de ginástica e dança, onde a companhia Ritmo está abrigada. Foi aí que germinou a ideia de um espetáculo habitado por seres sobrenaturais trazidos no imaginário dos açorianos que povoaram o litoral catarinense no século XVIII e que Cascaes documentou como ninguém. “É um sonho antigo da companhia. E hoje estou aqui, contando do meu jeito essa história que marcou tanto minha infância”.
    Partindo da leitura do livro “O Fantástico na Ilha de Santa Catarina”, com narrativas escritas por ele desde a década de 1940, Bi pesquisou artigos sobre o autor e sua obra, além de já ter visitado o Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC – Oswaldo Rodrigues Cabral, onde está o acervo de 2.700 peças, entre desenhos, manuscritos e esculturas, que Cascaes doou à instituição ainda em vida.


Montagem
    Concebido o projeto, há quase um ano, Bi convidou o bailarino Ruan Patricio, professor de sua academia e integrante da companhia Ritmo, para ser o único responsável por toda a criação coreográfica. “É um grande desafio, pois é a minha primeira experiência com espetáculo deste porte. Eu apenas coreografava trabalhos curtos para mostras e festivais e espetáculos de fim de ano da própria escola. Como tenho experiências em dança de salão, contemporâneo, hip hop e jazz, acredito que isso me possibilita inovar e fazer um trabalho completo e diferenciado”, explica ele.
    A dupla compartilhou conceitos e dividiu tarefas. Além da direção, ela assumiu a produção executiva, garantindo estrutura, meios e recursos para realizar “Vestígios”, que conquistou patrocínio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura (Lei Rouanet) e, por intermédio deste mecanismo, o apoio da rede de lojas Casas da Água. Ele se dedicou ainda à pesquisa da trilha musical, selecionando entre diversos autores composições com ênfase ao piano, ao violino e ao violoncelo. “Minha intenção era fugir da limitação de um padrão musical só pelo fato de estarmos nos baseando em uma cultura regional”.
    O cenário eles pensaram juntos e confiaram a execução a Daniela Bruzzese e Martin Britos, da Kmikaze Arte em Movimento, especializada na confecção de bonecos, adereços, cenários e movimentos animatrônicos. O público se identificará imediatamente com a ambientação. No primeiro ato, um barco, redes de pesca, árvores e a lua sestrosa remeterão à uma típica vila de pescadores. Já no segundo, uma floresta sinistra toma conta do palco, tendo ao centro uma grande figueira. A iluminação é de Alysson Coelho.
    Formam o elenco os bailarinos Bianca Pereira, Bianca Vieira, Bruno Machado, Cayo Louran, Cláudio Vieira, Jucelino Machado, Juliana Blasi, Nanda Oliveira, Thaís Vieira, Thuine Menine, Tiago Vianna e os próprios Ruan Patricio e Bi Almeida, interpretando solos, duos, trios, quartetos e conjuntos.


Venda de ingressos
*Teatro Ademir Rosa (CIC): Avenida Governador Irineu Bornhausen, n° 5.600, Agronômica. (48) 3664-2628 – www.fcc.sc.gov.br/tar

*Teatro Álvaro de Carvalho: Rua Marechal Guilherme, nº 26, Centro. (48) 3665-6400 – www.fcc.sc.gov.br/tac

*Teatro Governador Pedro Ivo: Rodovia SC-401, km 5, n° 4.600, Saco Grande, anexo ao Centro Administrativo do Governo do Estado de Santa Catarina. (48) 3665-1630 – www.teatropedroivo.sc.gov.br

*Ritmo Fitness.Dança: Rua Doutor Heitor Blum, n° 260, Estreito. (48) 3240-2139 – www.ritmofloripa.com.br > Valor de meia-entrada na compra antecipada e mediante a entrega de um quilo de alimento não perecível no dia da apresentação.


Serviço
*O quê: “Vestígios” – espetáculo da Ritmo Cia. de Dança
*Quando: 15/3 – 20h
*Onde: Teatro Ademir Rosa – Centro Integrado de Cultura (CIC)
*Quanto: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (estudantes, idosos, sócios da Associação Catarinense de Dança de Salão e antecipado com um quilo de alimento)
*Duração: 75 minutos
*Poltronas: não numeradas
*Recomendação etária: livre

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